Historia da Famila Polesel

Pois bem, os Polesel, eram originalmente napolitanos. Pedro e Inês Polesel eram da cidade de Gorgo, Província de Treviso - Itália. Não há dados concretos que determine a ocasião em que Pedro e Inês tenham migrado para o Brasil. O certo, todavia, é que o tenham feito em 1893 , pois o filho Joaquim tinha doze anos, quando veio da Itália, e aqui foi criado na região de São João da Itatinga, em meio as colônias de italianos que trabalhavam nas fazendas de café da região.
São João da Itatinga pertencia, no início do século XX, ao município de Botucatu, e naquela região o filho Joaquim Polesel enamorou-se da italianinha Luiza Cissa, com quem contraiu matrimonio, continuando a enfrentar a dura vida de colono de café, puxando o cabo da enxada desde as primeiras horas do alvorecer, até o sol se pôr no horizonte.


Ao cabo de longos anos de sacrificado trabalho nas lavouras de café, os Polesel melhoraram um pouco de situação, e ai por volta de 1912, adquiriram um sítio no município de Tietê, para lá se transferindo, levando já os filhos Maria e Fortunato, ambos nascidos na região de São João de Itatinga. Tietê era naquele tempo, um próspero município, com adiantado centro urbano de renome.
O sítio de Joaquim e Luiza Cissa se localizavam na Colônia de Tietê, e ali o casal deu um duro no trabalho, agora com muito mais animação e coragem, pois estariam trabalhando em cima de um pedaço de chão que era seu, e onde poderiam com certa tranqüilidade, criar seus filhos, visto que, como toda família de bons italianos, os meninos estavam aumentando em numero. Tanto é que, alem dos dois já trazidos de São João da Itatinga, também ali foram nascendo a Adelina; a Paulina; o Gildo; Carlos; Ângelo; Osvaldo; José; Jacinto e Jacira.
No ano de 1929, a famosa grande crise mundial, com o crack da bolsa de Nova York, os preços do café despencaram, nada valia mais nada, e o velho Joaquim praticamente foi a falência com sua grande lavoura de café. Persistindo a crise, pelo ano de 1930, não restou outra alternativa senão vender sua propriedade e pensar em novos horizontes. E assim fez, foi para uma nova região que se abria, a de Presidente Prudente. Em 1937, com garra e o capricho da família, foram transformando a nova propriedade, fazendo fartura com a plantação de frutas, milho, arroz, feijão e também um pouco de algodão, ah! estava esquecendo a criação de galinhas e porcos, criavam tudo o que podiam. A casa dos Polesel voltou a ser farta como antes, com a filharada trabalhando duro. Pouco a pouco, outros povoados mais próximos foram surgindo, como o Patrimônio de Boa Vista, depois chamado de Coronel Goulart e Álvares Machado, ao qual sua moradia ficou localizada, e que pela sua honradez e dignidade de caráter, ganhou respeito e notoriedade naquele município. Embora não tivessem muito dinheiro a família Polesel, como boa família italiana, tinha muita fartura em sua mesa, e nunca faltava toda espécie de verduras frescas, pois se um Polesel não tiver uma boa horta junto a casa, não é digno de suas tradições.
O velho Joaquim, muito caprichoso, havia plantado muitas frutas no sítio, alem, é claro, como bom italiano, também plantou uns dois mil pés de videira, e assim, alem da uva, passou a produzir um excelente vinho caseiro. Com o decorrer dos anos, o velho também construiu seu próprio campo de bochas, coisa que qualquer bom italiano não dispensa de maneira alguma. Ele e seus numerosos amigos, gostavam de, aos domingos, se reunirem, não só para animadas e barulhentas partidas, como sobretudo para tomarem do bom vinho dos Polesel e ainda, de quebra, filarem as suculentas macarronadas preparadas pelas mãos hábeis de dona Luiza.